por Dinho Pinheiro | abr 12, 2025 | Noticias
A 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) 2025, maior mobilização indígena do Brasil, ocorreu entre 7 e 11 de abril em Brasília (DF). O evento reuniram lideranças e povos indígenas de todo o país para discutir e protestar contra ameaças a seus direitos, como o marco temporal, a mineração em terras indígenas e o enfraquecimento de políticas de proteção ambiental e social.
Considerada a maior assembleia do movimento indígena no Brasil, a 21ª edição do Acampamento Terra Livre terá seu tema e programação definidos em conjunto com as sete organizações de base da Articulação, sendo elas: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste (Arpinsudeste), Comissão Guarani Yvyrupa, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho do Povo Terena e Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani (Aty Guasu).
A presença dos estudantes na marcha: “MORADIA INDÍGENA NA UnB JÁ!
A Marcha do ATL 2025 tem como objetivo mobilizar a sociedade em torno de temas urgentes da atualidade, como a defesa dos direitos humanos, a preservação das culturas indígenas e a promoção da justiça social. A participação ativa dos estudantes indígenas da UnB enriquece a diversidade do evento e dá visibilidade a vozes frequentemente silenciadas nas discussões acadêmicas e sociais.
A Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB), junto à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e a estudantes indígenas, participou da marcha “A Resposta Somos Nós”, realizada durante a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) em 2025, em Brasília. Com vozes firmes e unidas, ecoaram o grito: “MORADIA INDÍGENA NA UnB JÁ!”, reforçando a luta pelos direitos dos povos originários.
A reivindicação por moradia universitária digna vai além do acesso a um teto: trata-se da demanda por um espaço que respeite as culturas, tradições e modos de vida indígenas. Apesar de a UnB ser pioneira na implementação de cotas para indígenas, ainda carece de uma política estruturada de permanência, como moradias adaptadas ou com gestão compartilhada com lideranças indígenas. Atualmente, muitos estudantes enfrentam dificuldades, sobrevivendo com auxílios insuficientes ou vivendo em condições precárias.
Por meio de sua participação no ATL, os estudantes indígenas evidenciam a importância de ouvir e respeitar as realidades de cada cultura, promovendo reflexões profundas sobre os direitos e os saberes tradicionais. O ATL 2025 se consolidou como um espaço de diálogo e articulação entre diferentes grupos, incentivando a compreensão e o apoio à luta indígena no Brasil.
A presença dos estudantes no evento reforça a resistência e a voz da juventude indígena no cenário acadêmico e político, destacando a urgência da inclusão e da representatividade nas universidades. Durante a marcha, as pautas por moradia e políticas de permanência voltadas aos povos originários se tornaram centrais, reafirmando o compromisso com uma educação verdadeiramente inclusiva e plural.
Indígenas avançam em direção ao Congresso Nacional e são reprimidos com bombas de gás pela Polícia Legislativa
O que era para ser um ato pacífico de resistência e afirmação de direitos virou mais um episódio de repressão e violência do Estado brasileiro contra os povos originários. Os manifestantes foram surpreendidos por bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta.
Durante a 2° marcha do ATL 2025, realizada em Brasília nesta sexta-feira (11), indígenas de diversas etnias, incluindo estudantes e lideranças jovens, foram brutalmente reprimidos pela Polícia Legislativa ao se aproximarem do Congresso Nacional. As forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral contra manifestantes que apenas exigiam respeito às suas vidas, territórios e direitos garantidos pela Constituição. As imagens falam por si: mulheres, crianças e anciões sendo cercados e atacados com violência.
Em nota, a Câmara afirmou que cerca de mil indígenas romperam a linha de defesa da Polícia Federal do DF, derrubando os gradis e invadindo o gramado do Congresso.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) repudia com veemência os atos de violência promovidos pelo Congresso Nacional — cada vez mais anti-indígena — por meio do Departamento de Polícia Legislativa (DPOL) e da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na tarde desta quinta-feira, 10, durante a marcha “A Resposta Somos Nós”, parte da programação do Acampamento Terra Livre (ATL).
Além de aprovar leis inconstitucionais, o Congresso ataca diretamente os povos indígenas e até mesmo seus próprios representantes. A deputada indígena Célia Xakriabá (PSOL), entre outras pessoas, ficou ferida após a repressão violenta, marcada pelo uso de bombas de gás de pimenta e efeito moral — justamente no espaço que deveria ser símbolo da democracia.
Lamentamos profundamente o uso desproporcional de força e o lançamento de substâncias químicas contra manifestantes pacíficos, incluindo mulheres, crianças, idosos e lideranças tradicionais.
por RAILSON KOKAMA | jan 24, 2025 | Noticias
No dia 23/01/2025, Gersem José dos Santos Luciano (Professor Gersem Baniwa), indígena do povo Baniwa, foi nomeado pela nova reitora da Universidade de Brasília, Rozana Reigota Naves, como o novo Coordenador da Coordenação da Questão Indígena (COQUEI) da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Universidade de Brasília (UnB).
Gersem Baniwa é um marco na história acadêmica e na luta pelos direitos indígenas no Brasil. Da etnia Baniwa, originária da região do Alto Rio Negro, ele é o segundo docente indígena da Universidade de Brasília (UnB) e o primeiro no Brasil a integrar um departamento e programa de Antropologia Social como professor do quadro permanente. Sua presença simboliza o avanço da inclusão indígena no meio acadêmico e ressalta a importância da diversidade de perspectivas para a produção de conhecimento.
Gersem é o primeiro membro da etnia Baniwa a finalizar seus estudos e obter o título de doutor na própria universidade. Ademais, ele se destaca como o primeiro indígena do Brasil a possuir pós-graduação em antropologia social e também é pioneiro ao ser aprovado em um concurso público para professor na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
A trajetória de Gersem é marcada pela militância em defesa dos povos indígenas, pela valorização das culturas tradicionais e pela busca de equidade no acesso a direitos básicos, como educação e saúde. Sua atuação acadêmica e política contribui para ampliar a visibilidade e o entendimento sobre a diversidade indígena e os desafios enfrentados por essas populações no Brasil contemporâneo.
Leia também: AAIUnB participa de reunião com MPI e UnB
Pela primeira vez, desde a chegada da antiga coordenadora, Cláudia Regina Renault, a COQUEI será liderada por um coordenador indígena, uma conquista que representa muito mais que um cargo, representa o acolhimento, representatividade e liderança vinda de um parente indígena com um histórico robusto de experiência e luta nos movimento e mobilizações que envolvem a educação indígena, para fortalecer ainda mais nossa luta dentro do espaço acadêmico.
A escolha do novo coordenador foi feita pelo coletivo de estudantes indígenas da UnB, membros da Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB (AAIUnB).
A COQUEI funciona no Centro de Convivência Multicultural dos Povos Indígenas da UnB (Maloca), localizada no Campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte.
Leia na íntegra o ato de nomeação
por AAIUnB | jan 12, 2025 | Noticias
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulga as datas do Acampamento Terra Livre (ATL), considerado o maior encontro indígena do Brasil, acontecerá em Brasília entre os dias 7 e 11 de abril de 2025. O evento reunirá milhares de indígenas de diferentes etnias e regiões do país para fortalecer a luta por seus direitos, com foco em temas como a demarcação de terras, a defesa contra o marco temporal e a garantia de políticas públicas que respeitem e valorizem os povos originários.
Este grande encontro será um espaço de resistência, diálogo e celebração das culturas indígenas, além de trazer à tona temas fundamentais como a proteção ambiental, saúde dos povos originários e o combate às ameaças aos direitos indígenas.
Cultura e Luta: O ATL é também um momento de troca de saberes, manifestações culturais e união das vozes que defendem a ancestralidade e o futuro.
Além de um espaço de reivindicação, o ATL também promove a troca de saberes culturais e tradicionais, reforçando a importância da diversidade indígena para o Brasil e para o mundo.
A ATL 2025 tem como objetivo principal fortalecer a luta pelos direitos indígenas, buscando a garantia da autodeterminação, a demarcação de terras, a proteção ambiental e o acesso à justiça.
- Garantir a demarcação e a proteção de terras indígenas, combatendo a invasão de terras e a exploração ilegal de recursos naturais.
- Fortalecer a autonomia e a autodeterminação dos povos indígenas, assegurando o direito à cultura, à língua, à educação e à saúde.
- Promover o diálogo e a articulação entre os povos indígenas e a sociedade civil, buscando construir uma agenda comum de defesa dos direitos indígenas.
- Mobilizar a sociedade brasileira para a causa indígena, sensibilizando a população sobre a importância da proteção dos direitos indígenas e da valorização da cultura indígena.
Considerada a maior assembleia do movimento indígena no Brasil, a 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) será marcada pela construção coletiva de seu tema e programação. A definição será realizada em parceria com as sete organizações de base que compõem a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). São elas:
- Apoinme: Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo
- Arpinsul: Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul
- Arpinsudeste: Articulação dos Povos Indígenas da Região Sudeste
- Comissão Guarani Yvyrupa
- Coiab: Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
- Conselho do Povo Terena
- Aty Guasu: Assembleia Geral do Povo Kaiowá e Guarani
Essa construção coletiva reflete a diversidade e a força das articulações indígenas no país, garantindo que o ATL 2025 aborde as demandas prioritárias e fortaleça a luta pelos direitos e pela preservação dos territórios tradicionais.
por RAILSON KOKAMA | jan 10, 2025 | Noticias, Questão Indígenas
No dia (06/01), a Associação dos Acadêmicos Indígenas da Universidade de Brasília (AAIUnB) participou de uma reunião conjunta com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a reitoria da Universidade de Brasília (UnB). Estavam presentes, representando a associação, o Presidente Railson Kokama e o Coordenador de Comunicação Oziel Ticuna, na representação do MPI, estavam o Coordenador Geral de Promoção a Políticas Eujácio B. L. Filho (Karkaju Pataxó) e o Professor Edilson M. Melgueiro (Edilson Baniwa), e, pela UnB, estava a reitora, Professora Rozana R. Naves.
Foram tratados temas sobre o estreitamento das relações entre as três instituições, principalmente na criação e fortalecimento de políticas de ações afirmativa entre o MPI e a UnB.
Também foram levadas as demandas dos estudantes indígenas relacionadas aos auxílios de assistência estudantil.